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10 nov 2014

Leite aumenta risco de fraturas e taxa de mortalidade

Um elevado consumo de leite parece não diminuir o risco de fratura e na realidade está associado a uma maior taxa de mortalidade, defende um estudo publicado no “Bristish Medical Journal”.

Uma dieta rica em leite é habitualmente aconselhada para reduzir o risco de fraturas ósseas. Contudo, estudos anteriores chegaram a resultados controversos após terem analisado a importância do leite na prevenção das fraturas e na taxa de mortalidade.
Foi neste contexto que uma equipe de investigadores suecos, liderados por Karl Michaëlsson, decidiu averiguar se o elevado consumo de leite poderia aumentar o stress oxidativo, que, por sua vez, afetava o risco de fraturas e mortalidade.
O estudo incluiu a participação de 61.433 mulheres e 45.339 homens entre os 39 e os 79 anos, que completaram um questionário de frequência alimentar, incluindo o consumo de leite, iogurte e queijo. Foi também recolhida informação sobre o estilo de vida, peso, altura, bem como o nível de educação e estado civil dos participantes. Os registos nacionais foram utilizados para acompanhar a ocorrência de fraturas e taxas de mortalidade.
Ao longo do período de acompanhamento de 20 anos morreram 15.541 mulheres, 15.252 sofreram uma fratura, das quais 4.259 eram do quadril. Nas mulheres, não foi observada nenhuma diminuição do risco de fratura com o aumento do consumo de leite. Na verdade, aquelas que ingeriam mais de três copos de leite por dia, uma média de 680 ml, apresentavam um risco de morte mais elevado comparativamente com as mulheres que apenas bebiam menos de um copo de leite por dia, em média 60ml.
Os homens foram acompanhados ao longo de uma média de 11 anos, período durante o qual, morreram 10.112 participantes, 5.066 sofreram uma fratura, que incluíram 1.166 dos quais fratura do quadril. Verificou-se que os homens também apresentavam um maior risco de morte quando ingeriram maiores quantidades de leite. Contudo, estes resultados foram menos pronunciados do que nas mulheres.
O estudo demonstrou também que havia uma associação positiva entre o consumo de leite e biomarcadores do stress oxidativo e da inflamação. Por outro lado, o elevado consumo de produtos de leite fermentado com baixo teor de lactose, como os iogurtes e o queijo, estava associado a uma menor taxa de mortalidade e de fraturas, principalmente nas mulheres.
Na opinião dos investigadores, estes resultados poderão estar associados ao elevado teor de lactose e galactose presentes no leite, que têm sido associados a um aumento do stress oxidativo e inflamação crónica em estudos animais.
“Os nossos resultados podem questionar a validade das recomendações de consumo de grandes quantidades de leite para a prevenção de fraturas. No entanto, os resultados devem ser interpretados com cautela dado este ser um estudo observacional”, referem, em comunicado de imprensa os investigadores.
Na opinião dos autores do estudo, os resultados têm de ser replicados antes de serem utilizados como recomendações dietéticas.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.