Mulheres com esclerose múltipla têm níveis mais baixos de nutrientes chave
As mulheres com esclerose múltipla têm, comparativamente com as saudáveis, níveis mais baixos de nutrientes anti-inflamatórios e antioxidantes, incluindo folato, vitamina E e magnésio, diz um estudo apresentado na reunião anual da Academia Americana de Neurologia.
A esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso central que ocorre quando o sistema imunitário desencadeia a inflamação. Isto resulta em danos ou destruição da mielina, uma substância que protege as fibras nervosas, permitindo que os impulsos elétricos sejam enviados entre o cérebro e outras partes do corpo.
A esclerose múltipla é mais comum entre os 20 e 50 anos, embora possa afetar pessoas de qualquer faixa etária. Esta condição afeta cerca de duas a três vezes mais mulheres do que homens.
De acordo com os investigadores da Universidade de John Hopkins, nos EUA, o aumento da prevalência da esclerose múltipla nos últimos anos tem levantado a hipótese de que as alterações dietéticas ou nutricionais associadas à inflamação podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento da condição.
De forma a tentar averiguar esta teoria, os investigadores contaram com um total de 57 mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos e com um Índice de Massa Corporal igual ou inferior a 30 kg/m2. Destas mulheres, 27 tinham esclerose múltipla, enquanto as restantes funcionaram como grupo controle. Todas as participantes foram convidadas a preencher um questionário para recolher informação sobre a dieta adotada nos últimos 12 meses.
O estudo apurou que, comparativamente com as mulheres saudáveis, as que tinham esclerose múltipla apresentavam, em média, níveis mais baixos de cinco nutrientes anti-inflamatórios e antioxidantes, folato, vitamina E, magnésio, luteína-zeaxantina e quercetina.
As mulheres com esclerose múltipla tinham um consumo médio diário de 244 mcg de folato, comparativamente com os 213 mcg ingeridos pelas participantes saudáveis. Relativamente à ingestão diária de magnésio, as pacientes com esclerose múltipla consumiam, em média, 254 mg e as incluídas no grupo de controlo 321 mg.
O estudo apurou ainda que mulheres com esclerose múltipla obtinham uma menor percentagem de calorias provenientes da gordura, comparativamente com as mulheres saudáveis.
Uma vez que a esclerose múltipla é uma doença inflamatória crónica, ter níveis suficientes de nutrientes com propriedades anti-inflamatórias pode ajudar a prevenir a doença ou reduzir o risco de ataques para aqueles que já a têm. Os antioxidantes também são importantes para uma boa saúde e ajudam a reduzir os efeitos de outros danos que podem ocorrer ao nível celular e contribuir para doenças neurológicas, como esclerose múltipla, conclui, uma da das autoras do estudo, Sandra D. Cassard.
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